“Eu não sou eu nem sou o outro, Sou qualquer coisa de intermédio(...)”

30 junho 2007

3 meses a sentir-te



Pintura - Gustav Klimt

a princípio resisto
protejo-me e atiro ao ar frases tolas de repulsa

de repente, dou por mim a desejar a entrega de algo que é só meu
assusto-me com o que sinto, sinto o que sinto e digo o que sinto

o que vem a seguir é indescritível
é mais perfeito do que o mais-que-perfeito

e ficamos a olhar incrédulos para o que nos está a acontecer
eu e tu, a tentar perceber

há muito que já tinha desistido de tudo
e descubro em mim o que pensava não mais existir

é uma vontade de me misturar com o que vem (de fora ) só para mim
e que chega para (cá dentro) me completar por inteiro!


29 junho 2007

elo



pintura - Gustav Klimt

e quando tudo me parecia feio e escuro, tu apareceste
e percebo que sempre estive à tua espera, tal como tu à minha
porque os nossos olhos vêem as mesmas cores quando se cruzam
porque as nossas vidas têm todo o sentido quando juntas e transformadas numa só
porque os nossos corpos encaixam na perfeição e são assim o molde um do outro
porque as palavras que saem de mim completam as tuas e as tuas as minhas

e quando tudo me parecia feio e escuro, eu confundia-me
e sei que tinha medo tantas e tantas vezes
por isso via labirintos em todo o lado
por isso não havia satisfação que me satisfizesse
por isso tinha já o trejeitos e quis ter o cicatriz

afinal sempre fui uma só, simplesmente me faltava o elo
agora tudo faz sentido...