Estranho o sabor amargo da fruta que me chega à boca, tem um travo artificial, difícil de ingerir.
Talvez seja de mim e não da fruta. Esquisita. Eu.
“Eu não sou eu nem sou o outro, Sou qualquer coisa de intermédio(...)”
21 dezembro 2006
insatisfação
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20 dezembro 2006
15 dezembro 2006
tipo
É uma ingenuidade que por vezes impressiona. Só uma ingenuidade ainda maior faz com que se acredite na pureza das palavras, a ingenuidade da eterna apaixonada...
É uma vida que está a passar, sem laços concretos de amor...
É um vazio, no fundo é tudo um grande vazio...
15 de Dezembro de 2006
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desabafo
A ideia fixa de não perdermos o jogo é mais forte do que o desafio de sentir e garantir que é aquele o jogo que queremos ganhar. Confundem-se estratégias e objectivos.
Bááá...
15 de Dezembro de 2006
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28 outubro 2006
13 outubro 2006
pedaços de mim
Quando o cérebro os começa a desenhar, o coração acompanha-o. É um processo intenso de vontades, onde mora tantas vezes a revolta de que é feito o meu corpo, mas também a doçura que este transpira.
Aos meus olhos, os pensamentos e emoções que os precedem começam a ter uma forma, um sentido. É assim que ganham vida. Estes meus rabiscos.
13 de Outubro de 2006
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o amor
mágica
o aroma
inebriante
o gesto
terno
o som
inconfundível
o sabor
estonteante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------13 de Outubro de 2006
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desejos
Quero ser adolescente, pegar em ti e contigo fazer amor até o amanhecer.
Não quero ser adulta, pegar em mim e dar voltas e mais voltas, sem saber que rumo tomar, que jogo jogar, que amor fazer...
1 de Outubro de 2006
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realidades
4 de Setembro de 2006
A distância é um obstáculo que se contorna. O silêncio é mais duro. O silêncio dói quando não é partilhado.
O aroma que deixaste em mim invade-me os dias. Trago-te à flor da pele.
1 de Outubro de 2006
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06 outubro 2006
01 outubro 2006
as tuas palavras
Encontramo-nos
e beijamo-nos
arduamente.
É inevitável
Eu estou aqui e
assim te desejo...
E tu? Por onde vagueias neste instante?
“...um gesto terno e prolongado, um olhar encantado,...”
A Lua e o Sol tinham um amigo em comum. No tempo da escola, viam-se algumas vezes ao fim da tarde. Nunca falavam deles, do que sentiam. Naquela altura, o amigo comum era o que os unia.
Iam para casa juntos, a Lua, o Sol e o amigo. Subiam o monte. Ela subia mais alto e pensava nele. Ele era bonito e sensível. Sempre sonhou com ele.
Um dia, sonharam o mesmo sonho. Iam agora só os dois para casa. Desta vez o destino foi o mesmo e subiram os dois mais alto. Ele fez dela a mulher mais feliz do mundo. Sim, no sonho já eram adultos. Ela mulher, ele homem. Viveram o momento que tanto desejavam, como se não fosse um sonho, como se fosse mesmo de verdade. Era uma noite de Janeiro.
“...um desejo que não acaba, uma certeza difícil,...”
“O beijo foi um impulso, era inevitável, soube a mel - doce, suave, calmo e relaxante. O olhar para ti logo de seguida, foi lindo demais - não parecia verdade de tão bom que era o que estava a acontecer, o que estava a sentir...
A conversa que tivemos, as palavras que trocámos, foi tudo tão puro...
Sentir-te a tremer de emoção quando me agarraste nos teus braços, me beijaste e balançámos ao som da música...
Todo o cuidado, preocupação e delicadeza com que me trataste depois - nunca vou esquecer cada pormenor daquelas horas em que os dois fomos um só.
A tua respiração acelerada, as tuas mãos a percorrer o meu corpo, foste tão maravilhoso, és tão maravilhoso!
A tua língua macia a saborear-me e a dar-me tanto prazer. Com todo o carinho foste agarrando o meu corpo, com as tuas mãos, com os teus braços levaste-me para o meu aconchego.
Eu não te larguei, era impossível fazê-lo. Sentia o teu calor, o nosso calor...“
“...uma loucura fantasiada, ...”
O Sol encanta a Lua. A Lua inquieta o Sol.
29 de Setembro de 2006
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23 setembro 2006
momento
Não são exageros, são liberdades merecidas.
Feliz de quem tem a oportunidade de entrar no mar de madrugada, de partilhar a agitação das ondas, de ser enrolado pelo mar selvagem. Felizes foram todos eles por terem tido essa tal oportunidade.
Ali se viveram repentinas loucuras. Repito, ali se viveram repentinas loucuras!
Brindemos ao momento!
23 de Setembro de 2006
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???
Tento agora descrever-te, talvez seja mais fácil. Tens a lábia de um amante. Os amantes cuidam, amante não és.
Não te consigo desenhar. Não te consigo descrever.
Que raio és tu na minha vida?
6 de Setembro de 2006
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[...]
6 de Setembro de 2006
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28 agosto 2006
Ele | Nós | Eu
Ele para mim: “Quero adivinhar o teu nome, qual é a primeira letra?” Com o tom de brincadeira que quase sempre o acompanha, lá foi dizendo vários nomes. Este, aquele e mais aquele outro... não conseguiu adivinhar!
Lembro-me de comentar o quanto me causou estranheza aquela forma descontraída com que se dirigiu a nós. Agia como se nos conhecesse desde sempre. Justificada por ser um miúdo. Assim parecia. Eu que desconfio de tudo e de todos até acabei por achar natural. E era. Suscitou-me interesse o seu modo arrojada de enfrentar o desconhecido. A princípio, incomodava-me toda aquela energia. Não parava de falar, nem quando estava sozinho! Nesses momentos, a música que produzia falava por ele.
A sua forma de dançar era inebriante, pegava em nós e transformava o que eram dois corpos num só. Foi talvez nessa altura que comecei a olhar para ele com outros olhos. Não dei muita importância ao assunto. Pareceu-me que não reparava em mim, olhava para mim como o fazia para com as outras pessoas. Mas sempre com os seus olhitos doces e atrevidos. Lembro-me apenas daquela vez em que dançámos e ele, no fim da dança, colocou as suas delicadas mãos sobre os meus ombros. Foi por breves instantes, mas foi assim que aconteceu. Um afecto.
Nós
Voltámo-nos a ver passado dois dias. Ele quis um abracito. Mais um afecto. Eu correspondi, mas fui um pouco impessoal. Aquele era um dia em que não estava particularmente feliz. Nos dias seguintes fui-me sentindo mais liberta e com vontade de avançar para o desconhecido. Muito ao de leve, com toda a suavidade e sem pressas, pode-se dizer que fizemos a corte um ao outro. Assim como quem não quer a coisa. Aconteceu darmos uns beijos. Beijos estonteantes.
Eu
Ele levou-me por inteiro para o seu mundo. Foi uma sensação tão boa! Uma completa descontracção. Deixei-me levar e correspondi a todas as carícias, a todas as brincadeiras. Voltei para casa a sorrir de alegria. Leve como uma criança. Não o voltei a ver. Espero por esse momento.
28 de Agosto de 2006
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A noite em que a lua me levou
No fim da noite, deitou-me na minha cama e despediu-se com um beijinho delicado. Beijinho de lua. Prometeu voltar. E eu sei que ela volta. A lua volta sempre.
28 de Agosto de 2006
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A leitura
madrugada de 27 de Agosto de 2006
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Maluquice talvez, mas apetece-me escrever. Apetece-me brincar com as palavras mais difíceis de dizer.
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27 agosto 2006
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
--Pilar da ponte de tédio
--Que vai de mim para o Outro.
Mário de Sá-Carneiro (Lisboa, Fevereiro de 1914)
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