“Eu não sou eu nem sou o outro, Sou qualquer coisa de intermédio(...)”

28 agosto 2006

A leitura


Invadida por uma profunda tristeza, mal conseguira dormir. Trabalhar? Nem pensar! Organizou apenas uns papéis. O porquê de se sentir assim, para agora não interessa. Com sono, mas sem forças para dormir, pegou no livro e prosseguiu com a leitura que tinha deixado a meio há uns dias atrás. A vontade era pouca. Não acreditava que a leitura a fizesse esquecer nem por instantes a tristeza que sentia. Surpresa agradável: o contrário aconteceu! Viu-se possuída por o desejo de se tocar, de sentir prazer, de se libertar. Os músculos do seu ventre contraíam-se a pedir atenção. Continuou com a leitura até se sentir exausta. Enrolou-se nos lençóis, a boca quase sem respirar de encontro a almofada e colocou a mão no ventre fazendo pequenos movimentos com os dedos. Já estava tensa outra vez, mas não queria desistir da sensação que tivera há minutos atrás. Insistiu com o movimento dos dedos, tornando-os agora um pouco mais agressivos. O calor começou a aparecer. Movimentava os dedos e parava um pouco a sentir o calor quase insuportável que lhe faziam os lençóis sobre o corpo nu. Tentou conter o orgasmo, o que conseguiu apenas por um ou dois minutos. A ansiedade era tanta que explodiu de prazer já sem precisar de fazer qualquer movimento com os dedos. Quis mais um orgasmo depois e assim o obteve. Durante o prazer, em que pensou? Não sabe bem, desta vez não sabe dizer. Talvez nela.

madrugada de 27 de Agosto de 2006

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